07/2010 - Droga d’Amor - como Shakespeare e outros que tais chegaram lá









Este espectáculo é o resultado de um trabalho com o encenador Richard Stourac, inserido na Unidade Curricular Produção I. Trata-se de um trabalho de Commedia dell’Arte a partir do que há de mias genuino nela, o improviso. Durante 6 semanas foram absorvidos os temas, estrutura e respeitando a poética de sobrevivência de cada personagem, encontrando e aproveitando todos os momentos de comedia e sobretudo respeitando a sua definição. Ora, disse-mos o encenador no processo de trabalho que a comedia se caracteriza por uma busca incessante pelo impossível. O tempo da Commedia é o tempo do agora, do instante presente.
Foram vários os scenarios, ou guiões, entregues aos alunos durante o dia e apresentados ao final. O resultado é que todos conheciam todas as personagens e qualquer um podia fazer qualquer personagem. Foi segundo este esquema que aconteceram também a apresentação nos Jardins da Casa Tait.

2010 - Máscara Neutra e Improvisação Física





Máscara Neutra -Foi desenvolvido o trabalho de Máscara Neutra com Marcos Barbosa. A expressão fisica e expressiva do actor foi a ferramenta para a exploração das possibilidades do mesmo, agora a partir de um novo conceito, o neutro. Mas afinal o que é o neutro? Há tantas respostas quantas pessoas que desenvolvem esta técnica, mas de uma forma lata deve representar o início de qualquer arte performativa. É a folha por preencher e a tela em branco, é o estado 0 do trabalho de actor. Sem expressão facial, corpo foi aqui o elemento essencial que se expressa por si.
Improvisação Física- Com Inês Lua e Ana Vargas foi desenvolvido o trabalho de Improvisação Física. O ponto inicial deste trabalho foi a atenção necessário ao trabalho do outro. Se Máscara Neutra parte do individuo, Improvisação Física parte do todo. Uma improvisação acontece através de um trabalho em conjunto, com a necessidade aceitação e proposta. O corpo assume também aqui o papel de interveniente activo. Quanto mais o corpo está activo, mais rica é a improvisação.

2010 - O CLOWN, com Rodrigo Malvar

A disciplina opcional que escolhi neste primeiro ano, obrigou à existência de um laboratório para a exploração experimental do Clown. Rodrigo Malvar foi o mestre que nos mostrou a transparência e simplicidade do clown. Foi aqui que aprendemos uma plavra nova, o Kezzo que tem o significado mais simples e mais rico que pode haver no teatro. O Kezzo é aquilo que sinto naquele dado momento, é aquilo que mostro ao público. Mesmo em laboratório, a existência de público foi essencial como percepção do actor, agora clown, daquilo que muda na sua relação com este. Procura-se uma relação de quem dá e de que recebe, desenhando vários oitos num percurso infinito.

2009 – Quando a peça vai ainda no ensaio







Com António Durães foi trabalhada a palavra. A intenção foi a da imaginética da palavra que tem a força de mostrar como as coisas acontecem. Foi dito que decorar quer dizer decuore, ou seja, deve vir do coração, este deve ser o ponto de partida para o surgimento da dialética da palavra.
Numa espécie de homenagem a poetas portugueses, foram precorridas as palavras de Mário Cesarini, Gonçalo M. Tavares, Herberto Hélder, Ruy Belo, entre outros. Os poemas foram introduzidos num pequeno espectáculo onde acabaram por acontecer dinâmicas curiosas entre personagens e as suas palavras. O meu, contava a história da mais bela mulher do mundo:

Morreu a mais bela mulher do mundo
tão bela que não só era assim bela
como mais que chamar-lhe marilyn
devíamos mas era reservar apenas para ela
o seco sóbrio simples nome de mulher
em vez de marilyn dizer mulher
Não havia no mundo em todo o mundo outra mulher
mas ingeriu demasiados barbitúricos
uma noite ao deitar-se quando se sentiu sozinha
ou suspeitou que tinha errado a vida
ela de quem a vida a bem dizer não era digna
e que exibia vida mesmo quando a suprimia
Não havia no mundo uma mulher mais bela mas
essa mulher um dia dispôs do direito
ao uso e ao abuso de ser bela
e decidiu de vez não mais o ser
nem doravante ser sequer mulher
O último dos rostos que mostrou era um rosto de dor
um rosto sem regresso mais que rosto mar
e toda a confusão e convulsão que nele possa caber
e toda a violência e voz que num restrito rosto
possa o máximo mar intensamente condensar
Tomou todos os tubos que tinha e não tinha
e disse à governanta não me acorde amanhã
estou cansada e necessito de dormir
estou cansada e é preciso eu descansar
Nunca ninguém foi tão amado como ela
nunca ninguém se viu envolto em semelhante escuridão
Era mulher era a mulher mais bela
mas não há coisa alguma que fazer se certo dia
a mão da solidão é pedra em nosso peito
Perto de marilyn havia aqueles comprimidos
seriam solução sentiu na mão a mãe
estava tão sozinha que pensou que a não amavam
que todos afinal a utilizavam
que viam por trás dela a mais comum imagem dela
a cara o corpo de mulher que urge adjectivar
mesmo que seja bela o adjectivo a empregar
que em vez de ver um todo se decida dissecar
analisar partir multiplicar em partes
Toda a mulher que era se sentiu toda sozinha
julgou que a não amavam todo o tempo como que parou
quis ser até ao fim coisa que mexe coisa viva
um segundo bastou foi só estender a mão
e então o tempo sim foi coisa que passou.

Ruy Belo

2008 - B.I. - Bilhete de Ida, com encenação de Tó Maia





No TIC-TAC - Teatro amadior de Ciências, obtive ensinamentos de introdução à interpretaçao com Tó Maia. O resultado final foi o espectáculo B. I. – Bilhete de Ida, que explorava os preâmbulos da homossexualidade. Numa história mais rica em relações entre personagens e no seu movimento do que em palvra, foi contada a história de uma viagem de identificação sem volta marcada, apenas com ida.

2007 - Aparência Indevida e As Euménides, por Tó Maia

Sob o prisma do teatro universitário, com o TIC TAC- Teatro Amador de Ciências, participei num workshop de Introdução à Interpretação com a exploração primária do corpo e da voz, com a orientação de Tó Maia. O resultado foi próspero!

Aparência Indevida foi um espectáculo encenado por Tó Maia baseado no conto de Christan Anderson, O Patinho Feio. Foi uma reflexão sobre um homem que tem apenas para si as suas escolhas. Conta a história de um homem ensimesmado devido à dura crítica e preconceito social.

As Euménides, de Esquilo, uma tragédia da Grécia Antiga colocada em cena por Tó Maia em Aveiro. Faz parte da triologia de Esquilo , e conta a história do julgamento do matricida Orestes. As Euménides têm aqui o papel activo de julgar e fazer a justiça pela mãe Clitmnestra, morta pelo seu filho.

2005 - A Inês Negra



Participação como figurante num espectáculo de rua, A Inês Negra, sobre a direcção das Comédias do Minho, encenado por Miguel Guedes. Ines Negra é a heroina de Melgaço que salva a vila do dimínio espanhol após a luta com a Renegada. A Torre de Menagem de Melgaço foi o cenário de um vivo dinamismo.

2004 - O Avejão, por Ricardo Molar

Um workshop de iniciação ao teatro pelas Comédias do Minho. Foram aqui exploradas as dinâmicas de voz, movimento e acima de tudo sensibilidade. Daqui resultou o espectáculo “O Avejão” de Raul Brandão com encenação de Ricardo Molar. A velha que está às portas da morta tem um coro que a presegue que ora antecede, ora repete os movimentos que o seu corpo débil não faz.

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