23-29/01/2011 - "Machimbombo" com Marco António Rodrigues






Um estudo cénico a partir de Terra Sonâmbula e Fio das Missangas de Mia Couto. Do primeiro, Terra Sonâmbula, constam um prólogo e um epílogo, as história que se contam são as missangas, do segundo livro. Não houve a pretensão de criar um espectáculo imutável, existem tantas formas de fazer este trabalho quanto pessoas. Cada conto conta uma forma de ver o mundo dentro do fantástico universo e universo fantástico do autor. Cada história é alimentada por um cenário de guerra, como se por via desse ambiente fosse imprescindível acreditar. Foi este o grande mote do espectáculo, a vida que nasce da morte, a esperança tão necessária no "Machimbombo"
Unem-se aqui vários interesses dos quais destaco os da exploração da lusofonia e a aprendizagem diária. Por cerca de 3 meses Marco António mostrou-nos uma ideia de teatro perto da popular, com filiação brechtiana. A verdade é que a quarta parede é deitada a baixo e com ela o acordo tácito em que o espectador acredita que o que vê em palco é uma fracção do mundo em sentido realista. É, de facto uma fracção do mundo, mas o espectador tal como o actor é participe, porque afinal é cidadão. Teatro parece aqui ser entendido como um acto político no sentido do interesse do cidadão, inalienável desse facto, aliás.

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